a falta

3 de maio de 2016

Já são quase meia noite, são tantas coisas que acontecem ao mesmo tempo e de repente é como se nada tivesse acontecido é como se nada tivesse mudado; mas mudou. Ultimamente tenho sentido de forma mais intensa e aflorada coisas que nunca tinha sentido antes, é como se um turbilhão de pensamentos e sentimentos confusos invadissem a minha alma e a contaminassem com algo diferente, amargo e torturador. A mudança para a capital realmente tem sido uma experiencia fantástica, a universidade, a nova rotina, as novas coisas que tem acontecido, um gosto de liberdade que chega a ser assustador mais aconchegante. Porém ultimamente tenho sentido falta de algo a mais, mesmo com tantas pessoas ao meu redor, com tantas novas afinidades que surgiram, ainda sinto falta de alguém que me entenda nem que seja por alguns minutos e me compreenda de forma a me completar por alguns segundos, acho que sinto falta de uma companhia, algo que vá além da boa e velha amizade. São quase vinte anos e percebo o tempo escorrendo entre meus dedos como a areia do mar e no entanto, ainda continuo só, sem nenhum experiencia correspondida para guardar na galeria da memoria.

O que tenho é vestígios de um amor platônico que durou tempo o suficiente para marcar a minha vida, e que ressurge no inesperado em forma de sonhos e ilusões, que me fazem nem que seja por alguns meros segundos alimentar novamente uma chama que ao mesmo tempo que me machuca me aquece. Venho a entender que as pessoas geralmente não são felizes sozinhas, e que mesmo com muitos amigos e companhias incríveis, é realmente necessário alguém para compartilhar seu dia de uma forma mais complexa, e se envolver em beijos quentes para se aquecer em uma noite fria. Quando a chuva desaba no meio da noite, me recordo dos bons momentos que inventei em minha mente apaixonada ao lado de alguém que nunca retribuiu meus olhares intensos, mas que sorria um sorriso verdadeiro, o que era suficiente para alimentar minhas ilusões, até que todas desabassem sob minha cabeça me deixando em um estado de extrema confusão.

Enquanto trago um cigarro, o que tem sido um bom companheiro nos últimos dias, imagino o quanto seria agradável encontrar alguém que se importe comigo de verdade, que eu possa fazer uma ligação e falar alguma coisa inútil só para ouvir a voz, e oportunamente fazer um convite indecente, entretanto, espero no tempo, e que não demore.

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