Infância roubada, um crime hediondo que precisa acabar.

2 de março de 2015

Imagine que você vá viver até, pelo menos, os 88 anos. Com lucidez, saúde e felicidade. Até os 108, talvez. Fato é que nossa expectativa de vida aumentou e, se chegarmos lá, entre os 18 e os 88 teremos desfrutado de 70 anos de vida adulta. Agora pense na duração da infância. Oficialmente, são 18 anos, menos de duas décadas, 20% dos 88 esperados.

Esse é o tempo que temos para descobrir o mundo a nossa volta, brincar com os amigos, ver figuras nas nuvens, desenhar sonhos no caderno, imaginar futuros para nós, inventar histórias impossíveis. Entender quem somos e desfrutar do único período em que não teremos de carregar o peso da responsabilidade, um quinto da nossa vida. Mais do que uma questão de quantidade de tempo, porém, esse período é essencial para a formação de cada ser humano. Você pode ter oportunidades, recomeçar a vida em muitos momentos da maturidade, mas não há como recuperar a infância perdida, a infância não vivida, a infância roubada.

E o que podemos fazer para acabar com o trabalho infantil? Como você pode participar? Lendo esse texto? Repassando a coluna para os amigos? Apoiando uma ONG, engajando-se no Promenino? Disseminando a ideia de combate ao trabalho infantil, denunciando pessoas que empregam crianças de forma criminosa? A resposta é ‘sim’ para todas. A resposta é apoiar a causa em todas as instâncias. É verdade que muitas famílias de renda baixíssima veem nas crianças uma tentativa de melhorar de vida, mas está errado. O que parece uma solução da falta de recursos, na verdade, é a perpetuação da miséria.

Na nossa geração, há muitos adultos que batem no peito com orgulho, dizendo: “Mas eu trabalhei quando era criança e isso formou meu caráter! Trabalhar não faz mal a ninguém”. Faz. Porque não é só o quanto o trabalho abusa das crianças, mas tudo o que essa exploração tira dela.

+ A criança explorada é aquela que, em vez de um lápis colorido na mão, tem uma enxada.
+ Que em vez de ouvir o sinal do recreio, ouve ordens.
+ Que em vez de professor, tem patrão.
+ Em vez de escola, trabalho. 
+ Em vez de rabisco, cicatriz.
+ Em vez de carinho, dor.
+ Em vez de oportunidade, abuso.
+ Em vez de futuro, sina.

Trabalho infantil. 
Não.
Este é um repost permitido, sob autoria de @rosana

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